Na série Barco, Zaira busca o contraste entre o material utilizado nas obras e o do seu objeto de estudo. A delicadeza do papel versus a rigidez do mármore, finitude versus durabilidade, os espaços que ocupam. Para a artista, “O movimento do papel, suas dobras e amassados me interessam. Ele (Barco) não foi nem de longe meu primeiro estudo no papel, mas foi nele e em suas diversas possibilidades que me encontrei.” 
Estamos em constante movimentação, somos nosso próprio capitão na travessia da vida. Embarcados, seguimos pelo curso das águas navegando pelo mar de incertezas rumo ao desconhecido para, enfim, chegar em terra firme. Além da polarização de materiais utilizados, o símbolo do barco traz consigo a ideia de uma jornada pessoal e individual, tanto para artista, como para o expectador. 
A série foi iniciada sem intenção de encerrá-la pois o estudo de Zaira é contínuo e suas experiências com os barcos não saem de seu pensamento criativo.